Carnaval?

"Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar..."

"Eu mato, eu mato quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato..."

"Roubaram o coração da minha sogra, botaram coração de jacaré..."

"As águas vão rolar, garrafa cheia eu não quero ver sobrar..."

Durante décadas estas canções embalaram o carnaval Brasil a fora. Não precisava de mega estrutura. Não precisava gastar centenas de milhares de reais contratando bandas de onde quer que fosse. Não precisava gastar dezenas, centenas e até milhares de reais comprando abadás para poder ‘cair’ na folia. Bastava um palco simples, uma banda com instrumentos de sopro, alegria e disposição para brincar o carnaval.

Esta fórmula do sucesso funcionou muito bem até os áureos anos 90. De lá pra cá, cada ano que passa as marchinhas perdem mais espaço no carnaval brasileiro. Cada vez mais, é o Axé e o Swing que são introduzidos de maneira forçada na cultura carnavalesca do Brasil. De maneira forçada por quê? Ora, uma vez que não se toca as marchinhas, apenas Axé e Swing, é lógico que estão forçando o povo a “gostar” ou ao menos “dançar” estes ritmos africobaianodescendentes.

As marchinhas além de serem genuinamente brasileiras, são, na minha opinião, muito melhores de dançar. Muito mais bonitas de se dançar. De se ouvir. Lamentavelmente elas tendem a fazer parte, em breve, de um passado distante, porém maravilhoso, do carnaval brasileiro. O pior não é nem isso, o pior é ver para quem as marchinhas estão perdendo espaço. Vejamos por exemplo, para que “músicas” as marchinhas perderam espaço no carnaval deste ano:

"...Eu sou o Lobo Mau au au, eu sou o Lobo Mau au au... Vou te comer, te comer, te comer..."

"...Mãozinha na cabeça que vai começar o Reboleixon xon, o Reboleixon, o Reboleixon xon..."

"...A piriguete está com o fio todo enfiado, todo enfiado, todo enfiado..."

"...Bota a saia e vem pra rua com sua bicicletinha que eu quero ver a cor da sua calcinha..."

Como vocês podem ver (e lamentar), a coisa está partindo cada vez mais pra sacanagem. Talvez, influenciados pelos acontecimentos da política brasileira. Ou não. O certo é que o carnaval brasileiro já foi muito mais bonito de se ver, muito mais agradável de ouvir e muito melhor de se dançar.

É isso.