O meu Dia dos Namorados

Teresina, 12 de junho de 2009.

São exatamente 23:35h, faltam 25 minutos para acabar o Dia dos Namorados. Graças a Deus, porque eu já não suportava mais ver nas ruas, nas praças, na televisão e na Internet, os casais apaixonados trocando presentes e carícias e declarando juras de amor sem fim.

É a segunda vez, desde que eu comecei a me relacionar com alguém, que passo esta data sem uma companheira, porém, é a primeira vez que eu sinto falta desta. Ao contrario do ano passado, este não foi por escolha e sim por não ter encontrado ainda alguém com características marcantes e que me despertasse o desejo de estar sempre ao lado, juntinho, compartilhando o mesmo sentimento e os momentos bons e ruins (afinal, nem tudo na vida é um mar de rosas).

Está cada vez mais difícil encontrar alguém com quem se relacionar amorosamente de forma séria porque o mundo está cada dia mais prostituído. E pra mim, que já tive um relacionamento conjugal e uma filha que é fruto deste relacionamento, aí é que está complicado porque as mulheres ficam sempre com um pé atrás achando que, a qualquer momento, eu posso reatar com minha ex-mulher. Ou seja, além de estar difícil encontrar alguém sério e que me desperte o desejo de levar adiante um relacionamento, quando encontro, ainda tenho que tentar, de todas as formas, provar que não há mais nada entre eu e minha ex-companheira além da minha filha.

Já passa das 23:45h, agora faltam menos de 15 minutos para acabar este “longo” dia e eu estou em contagem regressiva, pois, para mim, foi um dia terrível.

Logo cedo, quando saí para trabalhar, já observava a movimentação de casais de namorados andando abraçados pelas ruas. É uma cena comum de ser ver, mas hoje, por ser o dia deles (os namorados), pareciam estar ainda mais abraçados e apaixonados.

No restaurante, no horário do almoço, eu nunca tinha presenciado tantos casais almoçando juntos no restaurante que já almoço diariamente há mais de dois anos. Será que alguma coisa está errada? Será que o mundo vai se acabar amanhã? Pensei. Mas eu sabia que o mundo não iria acabar amanhã e que, se alguma coisa estava errada, esta coisa era o fato de, no Dia dos Namorados, eu estar sozinho, sem ninguém para presentear e comemorar a data.

Quando passei em frente a um restaurante que fica próximo do meu apartamento, ao retornar de mais um dia de trabalho, vi que fizeram lá (no restaurante) uma decoração toda especial com balões brancos e vermelhos para recepcionar os casais. Ah! E teria música ao vivo também.

Depois de tomar banho e assistir ao Jornal da Band e logo depois o Jornal Nacional, resolvi sair para comprar um lanche e voltar a me trancafiar no apartamento. Passei por uns 15 ambientes entre bares e restaurantes, todos lotados de casais de namorados. Senti um aperto no peito, uma carência, raiva, desolação, vontade de voltar correndo pro apartamento, uma “salada” de sentimentos e emoções até começar a rir de mim mesmo. Comprei o lanche e voltei – quase correndo – pro apartamento.

São 23:58h, e já começo a sentir que tudo está voltando ao normal, lá fora e aqui dentro de mim. Agora vou ficar quietinho e esperar que estes menos de dois minutos para o novo dia se passem.

Dez... Nove... Oito... Sete... Seis... O coração já começa a bater mais aliviado, afinal, ele sabe o quanto sofreu neste longo dia. Cinco... Quatro... Três... Dois... Um...

Teresina, 13 de junho de 2009.

São 00:01h, estou com sono e vou dormir, porque a vida continua e daqui a pouco tenho que trabalhar... Good Morning!

(*) Este texto está marcado como Artigo. Minha intenção é publicar, semanalmente, AO MENOS UM artigo abordando algum assunto do cotidiano e/ou da atualidade.