Homenagem aos Negros do meu Brasil
Dia 20 de novembro comemora-se o dia da "Consciência Negra". Em alguns lugares do Brasil, a data entrou para o calendário de feriados. Eu deixei (sem querer) passar em branco e não fiz nenhuma homenagem a essa gente batalhadora por seus direitos de igualdade. Mas, nunca é tarde não é mesmo?
Abaixo, um texto muito bacana de José Cláudio Barbosa Santos*, um conterrâneo deste que vos escreve, que usarei para homenagear os Negros do meu Brasil:
Ser negro no Brasil é uma questão de identidade com nossas raízes afro-descendentes, uma vez que somos um país mestiço, com uma cultura composta de elementos adquiridos a partir das influências de três povos formadores de nossa sociedade - negros, brancos e índios.
Assumir o sangue africano que corre em nossas veias ou aceitar o tom escurecido da pele, muitas vezes pode não ser fácil, por um passado de humilhação, opressão e desrespeito que marcou profundamente nossa trajetória. Talvez não fosse interessante discutir etnia no Brasil se o mais importante fosse ser brasileiro.
Mas, fragmentos de um tempo de dor, ainda atormentam a uma considerável parcela da nossa população, principalmente aos herdeiros dos traços africanos. Muitos anos se passaram da abolição aos dias atuais, mas o sonho tão almejado ainda não se realizou.
Os benefícios maquiados contidos na tão famosa LEI ÁUREA, nunca foram alcançados, porque jamais existiram, esta é a responsável pela grande miséria e tanta calamidade que assola nosso país.
As senzalas apenas foram ampliadas, correspondendo atualmente às favelas e comunidades periféricas desprovidas de quaisquer benefícios do governo.
O chicote perdeu aos olhos leigos a estética física de cordas e fibras cortantes e continua açoitando de forma impiedosa, através da fome, da falta de educação e do desemprego. Os grilhões de ferro partiram ganhando consistência ainda maior, através da injustiça.
O tronco apenas cedeu lugar ao preconceito, sendo polido e reverenciado por um feitor não menos carrasco, pelo contrário, muito mais poderoso, que ao invés de imobilizar um de cada vez, agora mutila milhões pela falta de oportunidade e o descaso das autoridades.
As casas grandes se multiplicaram, os palácios dividem espaços agora com casebres, barracos e moradores de rua, os senhores e sinhás apenas adornaram suas vestes com muito mais luxo e ostentação. Embora tudo isso seja muito forte, não deve ser um desestímulo às lutas e os desafios, nos bastidores da história há muito o que se contar, muito ainda a se escrever.
Os ideais de Palmares e do grande líder Zumbi, continuam vivos e pulsantes, nos sonhos de muitos negros que não se deixam intimidar e continuam fiéis à filosofia de liberdade e justiça social. É preciso acreditar, não no país das maravilhas, mas, em uma nação onde cada indivíduo tenha condição de viver com dignidade.
*José Cláudio Barbosa Santos, é professor de língua portuguesa (graduado em letras português pela UESPI) e vice-presidente da APAE de Elesbão Veloso.
Parabéns, José Cláudio, pelo belíssimo texto!
(*) A publicação original do texto foi feita na coluna de Elesbão Veloso no portal 180 Graus que é mantida por meu amigo José Neto.
2 comentários:
Manoelzinho você gosta muito de públicar os erros dos outros, e se alguém publicasse agora o seu nessa matéria? Verificou a manchete?!
Obrigado pela observação amigo, e desculpa aos meus leitores por este deslize.
O que aconteceu?
Explico: As vezes eu crio a postagem e não publico ela de imediato, eu uso um programador onde eu coloco o dia e a hora da postagem ser publicada. Sábado foi uma correria só e, mesmo assim, eu sacrifiquei um pouco de minha folga para fazer esta postagem. Depois que você coloca o post na programação, não dá mais pra fazer nenhuma correção. Você só tem duas alternativas: 1. Deletar e refazer tudo novamente. 2.Esperar a publicação para então fazer a(s) correção(ões).
Como eu não tenho internet em casa e não costumo (leia-se:gosto) acessar internet em LanHouse, até por uma questão de segurança, Só pude verificar o erro - de cara - hoje.
Resumindo: a pressa é inimiga da perfeição.
Obrigado e volte sempre!
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