25 junho 2008

A era do saber? Já era...


Fico impressionada com a frivolidade das pessoas hoje em dia. O que há nas cabeças dessas criaturas? Bom, essa pergunta se responde, na maioria das vezes, com apenas uma palavra: NA-DA.

Sabem o que anda rolando na imprensa esses últimos dias? Uma coisa que simplesmente vai mudar e revolucionar a vida das pessoas e do país...

Mulher Melancia e Carla Perez trocando farpas numa disputa ridiculamente patética para ver quem é mais inteligente. Não comecem a rir agora. Vocês têm que se concentrar para poder ler o resto do artigo.

Então a inteligentíssima Mulher Melancia (Mas que coisa! Essa mulher não tem um nome, não?), graduada em Danças Eróticas e Pós-graduada em Balançar os Glúteos em Movimento de Vai-e-vem se achou insultadíssima pelo fato da PhD em Sacodir as Nádegas, Carla Perez, insinuar que está onde está hoje, porque não é só uma "bunda" mas que, também tem "tutano".

Ora, no lugar dela eu também ficaria ultrajadíssima! Onde já se viu dizer uma coisa dessas, não é mesmo? Processa, Melancia!! Processa essa mulher!!

Ai... eu fico bege, bege, rosa, roxa com esse tipo de coisa. Porque, dá pra ver de cara (ou de bunda) que elas fazem questão de demonstrar a grande inteligência enquanto fazem exposição da figura na frente das câmeras. E precisa ser mesmo muito "inteligente" pra fazer isso, convenhamos...

O que me deixa mais triste é saber que, esse estado crítico não pára só aí nessas duas. É como uma espécie de epidemia incontrolável. Você não conhece mais pessoas que tem algo realmente interessante para conversar. As pessoas são absurdamente previsíveis e fúteis.

Talvez a TV tenha uma grande influência nesse lado. Eu tenho formação jornalística... estudei todas as artimanhas que a TV usa para prender a atenção de gente com a mente estreita demais. Vocês podem chegar à esta conclusão ligando a televisão e zapeando os canais num dia de sábado ou domingo, por exemplo, ou até mesmo no horário da tarde durante a semana. É uma enxurrada de besteiras que não acaba mais...

Também sei que a internet tem sua contribuição, com seus textos curtos e suas informações pouco confiáveis. Eu vejo esse problema quando indico meu blog para as pessoas. Assim que elas vêem o tamanho dos textos vão logo dizendo: "Nossa... como é graaaaaaaaaande. Tem certeza de que quer que eu leia?" "Não - eu quase respondo - se você olhar as fotos, eu já fico feliz. Afinal, eu não gastei tempo escrevendo essas coisas pra alguém ler... É só porque eu não tenho o que fazer mesmo."

Pergunte a alguma dessas mentes brilhantes, o último livro que ela leu e, a resposta menos elouquecedora que você vai ouvir é... "Livro me dá um soooooooono..." Se você encontra alguém que tenha algo para dizer e que valha a pena ser ouvido, nem ouse contar para algum conhecido seu que estava conversando sobre a realidade da educação no país, com esta pessoa. Isso já aconteceu comigo! Eu falei pra uma amiga minha e ela me disse exatamente isso: "Amiga, deixa esse cara pra lá! Ele deve ser muuuuuuuuuito chato!" E eu fiquei deprimida.

As pessoas automaticamente começam a pensar que você quer "aparecer", se você tem uma opinião formada sobre algum tipo de assunto. E não era isso que deveria acontecer, afinal. Elas deveriam ter uma opinião formada, TAMBÉM!

E as escolas? Onde é que estão as escolas? Não é lá que devemos ser impulsionados a ter sede de conhecimento? Mas, fala sério!! Quem é que gosta de ir à escola? Niguém gosta!!! Vamos ser realistas. Até eu achava o máximo quando tinha uma desculpa pra faltar à aula. Não sentia urgência nenhuma em ouvir algum dos meus professores e, no tão temido terceiro ano, eu sabia bem mais que a maioria deles. Então, se eu, que dedicava um espaço de tempo considerado ofensivo hoje em dia, para a leitura e obtenção de conhecimentos... Imagine uma pessoa que acreditava em tudo que aqueles caras lá diziam e, ainda assim, não se interessavam nem em arquivar no cérebro, pelo menos metade do que recebiam de informação.

Essas criaturas passaram praticamente a vida toda indo para a escola e, no final, saíram mais vazios do que entraram. Há algo de errado nisso aí, com certeza.

As escolas, pelo menos as nossas aqui no Piauí, se preocupam muito com esse tal de vestibular e não fazem outra coisa senão mudar as mentes vazias de nível médio para nível superior. Ensinam fórmulas que são capazes de colocá-los em uma universidade, para serem deletadas assim que elas terminam de fazer a prova do vestibular. E eu sei bem do que estou falando. Na minha primeira aula de sociologia, do curso de jornalismo, uma das criaturas abençoadas com o seu nome na lista de aprovados, olhou para outra colega com cara de quem acabou de ver um gato lendo o jornal (em voz alta), no lugar em que se encontrava o professor e perguntou: "Sim... que que tem a ver 11 de Setembro com sociologia?" E meu coração deixou de bater por dois longos segundos.

No meu quarto período de curso, quando eu pensei que o pior já tinha passado, em se tratando de absurdos acadêmicos, eis que a professora nos sugere que façamos aquela velha redação "Minhas Férias", em forma de matéria. "Muito legal", eu pensei. E esse pensamento evaporou assim que ela trocou as matérias e nos pediu para ler a do colega, para todos ouvirem.

Eu fiquei constrangida. Mais ainda do que a pessoa que escreveu aquilo (Porque, se vocês não sabem, eu sofro da Síndrome da Vergonha Alheia. Estou tentando me tratar mas, sabe como é, né? Terapia custa uma fortuna...). Aquele papel que estava em minhas mãos não continha UMA frase com sentido completo e era como se eu estivesse lendo algum tipo de informação codificada ou outro idioma. E com o perdão do palavrão... PUTA QUE PARIU! O cara estava no QUARTO período de jornalismo!! E eu me perguntei como foi que ele conseguiu AO MENOS passar no vestibular. Porque, se vocês não lembram... é preciso fazer a droga de uma redação e fazer a droga de uma boa pontuação na droga da redação, para poder passar na droga do vestibular.

Esse cara deixou para trás 13 pessoas e ficou com uma vaga. Agora, eu me recuso a pensar no nível de inteligência dessas 13 pessoas... Tentem não pensar também. Para preservar a nossa sanidade mental.

Nós estamos passando por uma época de regressão. Um tipo de Idade Média, só que ao contrário. Quando naquele tempo, os donos do conhecimento trancafiavam os livros para que os demais ficassem prisioneiros, as pessoas tinham necessidade de tocar, ainda que fosse com a ponta dos dedos, um pouco do saber, como forma de libertação. Hoje, quando o saber é que está livre e nós podemos ler qualquer livro, estarmos informados sobre qualquer coisa... a maioria simplesmente se recusa a agarrar com as mãos, isso que foi conquistado pela luta de tantos. Elas querem voltar à escuridão. É mais cômodo. Dá até pra usar aquelas coisinhas que piscam no escuro e que se pode pendurar no pescoço.

Às vezes eu sinto uma aflição muito grande. Porque é como se eu fosse uma Enciclopédia da Inutilidade. Eu sei de tanta coisa e não tenho com quem conversar. E, as coisas que eu não sei, eu não tenho com quem aprender. Eu me sinto limitada e sufocada. Se eu for comentar com alguém que eu adoro a pintura impressionista, a única coisa que eu vou ouvir é o som dos grilos ao fundo. Ou talvez, se eu estiver com muita sorte, eu posso até ouvir um: "Onde eu encontro um decorador que faça isso?"

E então eu ligo a TV e vejo Carla Perez e Mulher Melancia, grandes "artistas" da atualidade, falando insultos uma à outra, porque alguém insinuou que uma delas não era inteligente. Francamente... É o fim dos tempos.


1 comentários:

Jonathas 30/6/08  

Concordo com tudo o que você escreveu, as vezes também me sinto sufocado por não ter com quem conversar alguns assuntos de certa relevância, e ter que ouvir que eu só quero aparecer, até mesmo por causa do meu jeito de falar, pode um negócio desses?.

É Lanussa! parece que somos como ilhas, pessoas com um certo nível de cultura, cercados de água por todos os lados, ou melhor, cercados por todos os lados de pessoas que só falam água.

P.S.:Não acredito que uma pessoa que soletra escola com "i", isso mesmo com "i" de "IS-CO-LA", possa se considerar mais inteligente que uma melancia, uma alface, ou qualquer outra fruta, verdura ou legume que existe. "É MUITO DEMAIS MESMO..."

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