A Cajuína do Piauí

Hoje eu estava almoçando no restaurante aquí próximo do meu trabalho quando um homem chegou - com a esposa e o filho deles - e pediu "Ô moça, me traga uma cajuína", ao que a "moça" do restaurante respondeu "Não temos cajuína".

Tava na cara que aquele cidadão não era piauiense pois esse papo de aquí ser a "terra da cajuína" é furado. Não era pra ser, mais é. Somos um dos maiores - se não o maior - produtor de cajú do mundo. Aproveitando a fartura da fruta no Estado, desenvolvemos um refrigerante a base de cajú, a famosa "Cajuína". Mas, quantas vezes, você que mora no Piauí, foi a um restaurante e lhe ofereceram "Cajuína" para acompanhar a refeição? Raríssimas vezes ou nem uma vez, não é mesmo? Pois é... aquí (Piauí) nós temos a mania de NÃO valorizarmos as coisas da nossa terra. Quando você chega em qualquer "canto" pra lanchar, te perguntam: "Vai" uma Coca-Cola ou um Guaraná Antartica pra acompanhar o lanche? Ô mania ordinária...

Há dois anos atrás, eu estive em terras cearenses e já começei a sentir a diferença na entrada. Fui para Fortaleza no carro da empresa que eu trabalhava na época, e paramos em Tianguá (Ceará) para almoçar. Quando trouxeram o almoço, a gaçonete perguntou: vocês querem uma Cajuína? Fiquei a pensar: pôxa, eu moro no Estado conhecido como a "terra da Cajuína" e nunca me ofereceram Cajuína por lá... E não foi diferente nos demais lugares onde paramos, inclusive em Fortaleza.

Outra coisa me chamou atenção nessa minha passagem pelo Ceará. Lá, em todos os restaurantes que eu almoçei, sempre era ofertado, gratuitamente (0800), suco (laranja, cajú, maracujá, goiaba, etc) para acompanhar a comida no caso de não querermos cajuína ou refrigerante. Voltei de lá um pouco triste com meu Estado, pois aquí, o máximo que já me ofereceram (gratuitamente) para acompanhar a comida, foi uma "garrafa" de água (da Agespisa) bem gelada.

Ê Piauí que tem muito a ensinar e muito mais a aprender...